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Presidente do STF critica o atual sistema brasileiro e defende reforma política
Entre os problemas citados por Joaquim Barbosa estão o voto obrigatório, a impossibilidade de candidaturas avulsas, o excesso de partidos políticos, a mercantilização desses partidos, o coronelismo e o mandonismo na estrutura interna de certos partidos políticos, e a atomização do voto nas eleições proporcionais.
Rio de Janeiro – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, criticou o atual sistema político brasileiro durante a Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Para ele, está mais do que na hora de realizar a reforma política.
“Voto obrigatório, impossibilidade de candidaturas avulsas, excesso assombroso no número de partidos políticos; mercantilização de partidos políticos, coronelismo e mandonismo na estrutura interna de certos partidos políticos e atomização do voto nas eleições proporcionais. Eis aí um pequeno catálogo dos problemas do sistema político brasileiro”, listou o ministro.
Segundo ele, “o povo tem sido sistematicamente ignorado e colocado de lado nas decisões políticas”.
Também foi alvo das críticas do ministro a lentidão do Judiciário. Segundo sua avaliação, existe um “bacharelado decadente”, com cultura jurídica complacente com a impunidade, que privilegia o academicismo estéril, desconectado da realidade.
Em relação a imprensa nacional, Barbosa afirmou que a existência de apenas três grandes jornais no país não permite que a diversidade do Brasil seja contemplada pela mídia brasileira.
“As manifestações culturais e os falares de algumas regiões do país não estão presentes na mídia”, ponderou. “Embora negros e mulatos respondam por cerca de 50% da população, são muito raros nas redações, nas salas de imprensa, no noticiário da TV e em postos de liderança no jornalismo”.
Ao ser questionado se tem simpatia por algum pré-candidato a presidente, ele se esquivou: “O quadro político brasileiro não me agrada nem um pouco”.
O ministro garantiu que não seguirá carreira política enquanto estiver no STF. No entanto, também declarou que não pretende mais ser ministro da Corte quando tiver 70 anos, idade limite para a permanência no STF. Atualmente, Barbosa possui 59 anos.
“Não tenho, no momento, nenhuma intenção de me lançar candidato a presidente da República. Em 2018 estarei em alguma praia”, brincou.
Da Redação, com Agência Brasil