Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Após horas de espera, seis vereadores de Caruaru deixam penitenciária
Quatro parlamentares ainda continuam presos no Juiz Plácido de Souza. Dois edis não puderam sair da penitenciária porque não pagaram fiança.
Depois de muita espera, por volta das 23h15 desta quarta-feira (25) os primeiros vereadores começaram a deixar a Penitenciaria Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, sob muitos aplausos. O primeiro a deixar a unidade prisional foi Louro do Juá (DEM). Em seguida Jajá (PPS). Logo após, foi a vez de Val das Rendeiras (PROS) e Neto (PMN). Depois Sivaldo Oliveira (PP) foi liberado e por ultimo Evandro Silva (PMDB).
Quatro dos dez vereadores ainda continuam presos. Jadiel Nascimento (PROS), Cecílio Pedro (PTB), Val (DEM) e Eduardo Cantarelli (PS). De acordo com o advogado de defesa de Cantarelli, Saulo Amazonas, ele deve deixa a prisão nesta quarta-feira (25). “O desembargado não apreciou por falta de tempo, mas com certeza ele será liberado porque não existe motivo para que fique preso. Principalmente, porque já foram libertados oito vereadores”.
No caso dos edis Val e Cecílio, eles receberam o habeas corpus, mas não puderam sair da penitenciária nesta terça porque não conseguiram pagar a fiança de R$ 50 mil por porte ilegal de armas. “Foi pedido um valor exorbitante e a famílias não tiveram, até momento, condições financeiras de efetuar esse pagamento. Mas, elas estão angariando recursos para pagar as fianças”, disse o advogado de defesa, Maviael Peixoto.
Suspensão das atividades
O juiz José Fernando Santos de Souza, da Vara da Fazenda Pública de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, determinou por 180 dias a suspensão das atividades dos vereadores. A informação foi confirmada pela assessoria da Comarca de Caruaru, na tarde de terça.
Segundo o assessor, Bruno Chagas, a decisão já está valendo. “Eles ainda podem recorrer da decisão, mas enquanto não fazem isso, fica valendo o que foi determinado pelo juiz. Até mesmo se eles chegarem a recorrer pode ser que a determinação não seja modificada”. A assessoria não soube informar quando a determinação saiu, nem se os parlamentares receberão alguma remuneração durante a suspensão.
Sobre a decisão de suspender as atividade dos vereadores, Amazonas disse que o caso será analisado. “Nós respeitamos a decisão do juiz, mas não vemos a necessidade de permanecer todos esses dias afastados”.
Expectativa para deixar prisão
Segundo informação foi repassada pelo advogado Saulo Amazonas, que representa os vereadores Louro do Juá (DEM), Evandro Silva (PMDB) e Eduardo Cantarelli (PS), o desembargador Gustavo Lima, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), analisou na segunda-feira (23) o pedido de habeas corpus enviado na última quinta (19) e concedeu liminar para que os três parlamentares saissem da penitenciária e respondessem o processo em liberdade. “Só estamos esperando o alvará de soltura, que deve chegar a qualquer momento. O desembargador analisou o processo antes de sair de recesso e enviou a decisão para o plantão do Tribunal, para que eles cumpram a ordem”, afirma.
O G1 entrou em contato com o plantão do TJPE, que informou que, como o processo corre em segredo de justiça, nada pode ser repassado à imprensa. Os dez vereadores estão presos há sete dias na Penitenciária Juiz Plácido de Souza (PJPS).
Com a notícia da possível liberação dos parlamentares, famílias, amigos e políticos começaram a chegar em frente à penitenciária e aguardam a saída dos vereadores.
Vereadores depõem
Os outros dez vereadores de Caruaru que ainda não haviam prestado depoimento foram ouvidos pela Polícia Civil na última sexta-feira (20) e nesta segunda (23). De acordo com o gestor operacional do Interior I e presidente da investigação, Erick Lessa, foram ouvidos os parlamentares Leonardo Chaves (PSD), Ricardo Liberato (PSC), Demóstenes Veras (PTB), Lula Torres (PR), Zé Ailton (PDT), Marcelo Gomes (PSB), Rosael (PMN), Heleno do Inocoop (PRTB), Romildo Oscar (PTN) e Edmilson do Salgado (PCdoB).
Ainda segundo ele, os vereadores foram intimados para depor na condição de testemunhas, diferente dos outros três ouvidos na última quarta-feira (18), por meio de mandado de condução coercitiva. Lessa não divulgou o que foi dito pelos parlamentares durante os depoimentos.
Prefeito fala sobre denúncias
O prefeito de Caruaru, José Queiroz, concedeu entrevista ao ABTV 2ª Edição e falou sobre as denúncias de corrupção que motivaram a prisão dos dez vereadores. De acordo com Queiroz, a prefeitura só irá se pronunciar depois da conclusão do inquérito policial.
Quanto a suposta tentativa de extorsão por parte dos parlamentares, o prefeito disse que o projeto BRT havia sido reprovado anteriormente. “Nós tínhamos esse projeto tramitando na Câmara de Vereadores. Conforme palavras ditas e pronunciadas pelo delegado Erick Lessa, os vereadores que ele aponta como envolvidos, estariam tentando tirar vantagem para aprovação do BRT. Eu quero lembrar a Caruaru que esse projeto tramitou inicialmente na Câmara nos meses de junho, julho, agosto e setembro e nós tivemos que retirá-lo porque não foi aprovado. O projeto voltou à Câmara em dezembro, e coincidentemente, foi aprovado pelos 17 vereadores da base terça-feira”.
Ândrica Virgulino
Do G1 Caruaru