MPE pede prisão de dois vereadores e um ex

 MPE pede prisão de dois vereadores e um ex

Mucuri – Os vereadores Justina Souza Cruz e Manoel Negino e o ex-parlamentar Agripino Botelho, de Mucuri, a 892 km de Salvador, no extremo sul da Bahia, tiveram a prisão preventiva pedida pelo Ministério Público Estadual (MPE) na segunda-feira, 26. Com isso, já são oito os envolvidos em esquema de corrupção desarticulado semana passada, quando seis foram presos. A cidade possui nove parlamentares.

Três empresários, um deles vereador de Nova Viçosa, cidade vizinha a Mucuri, também estão presos preventivamente, por envolvimento no esquema. Todos os vereadores presos tiveram os cargos perdidos e a convocação dos suplentes deverá ocorrer mês que vem. A Casa está de recesso até 15 de fevereiro de 2012.

Os vereadores Justina Souza Cruz e Manoel Negino denunciaram o esquema ao MPE, mas com as prisões de dois empresários no final de semana e a apreensão de documentos ficou provado, para o MPE, que eles também tiveram participação no caso. “Juntamos depoimentos e documentos que levaram a essa conclusão”, disse o promotor Pablo de Almeida. A vereadora Justina Souza Cruz disse, por telefone, que não ia comentar o caso. Manoel Negino não foi localizado.

Outro que teve a prisão solicitada é o ex-vereador Agripino Botelho. Ele renunciou ao cargo em 6 de outubro deste ano e, segundo o MPE, participou da reunião que definiu como seria o pagamento da propina que os parlamentares ganhariam com a aprovação do Projeto de Lei 011/2011, de interesse de empresários.

O caso – O projeto tem por objetivo ampliar os limites da área urbana do município. Os empresários Arlei Francisco Vercov, Alam Gomes Santos e Wilson Campos dos Santos, vereador em Nova Viçosa e preso na condição de sócio do Loteamento Caribe, procuraram os vereadores para dar R$ 5 mil e mais um terreno no valor entre R$ 15 mil e R$ 20 mil como propina.

Segundo o promotor Pablo Almeida, eles disseram em depoimento que achavam normal pagar aos vereadores para aprovar o projeto. O interesse dos empresários no projeto se deu porque o loteamento deles está na zona rural do município e com a ampliação passaria a ser da zona urbana, o que o valoriza mais.

O MPE constatou que, mesmo sem a aprovação do projeto, eles já tinham vendido 151 lotes, como se já estivessem em área urbana. A reunião que incrimina os vereadores e que foi filmada via celular pelo vereador Manoel Negino, ocorreu em 31 de setembro deste ano. A gravação está em posse do MPE.

Na reunião, ficou acertado de os empresários darem R$ 25 mil em dinheiro a cada parlamentar, ou R$ 5 mil mais um terreno no valor de R$ 20 mil. Cada um dos parlamentares já teria recebido R$ 10 mil, segundo o MPE, pela aprovação do projeto, por unanimidade e em segunda votação, no último dia 19.

Os vereadores já presos são o presidente da Casa, Carlos Gonçalves de Souza, o Tavinho; Roberto Correia Bastos, conhecido como Nicó; Gisele Aparecida Seguro Gazzinelli; Roberto Alves dos Santos; Márcio de Jesus Machado; e Wilson Pereira Cabral. Este último, por ser tetraplégico e necessitar de cuidados especiais, o que não encontraria numa carceragem de delegacia, está preso em casa. Os advogados deles não foram localizados.

atarde.com.br

 

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