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Líder do DEM na Câmara pede a ministras ‘proteção’ a médica cubana
Mendonça Filho protocolou pedido de audiência com Rosário e Menicucci. Deputado diz que cubana é ‘alvo’ de agressões na internet e machismo.
O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PR), protocolou nesta sexta-feira (7) requerimento na Secretaria de Direitos Humanos e na Secretaria de Políticas para Mulheres no qual pediu medidas de “proteção” aos direitos da médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos e pediu refúgio ao Brasil.
No documento, Mendonça Filho requer audiência com as ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Políticas para Mulheres) acompanhado de Ramona, para que os dois possam relatar ameaças sofridas pela cubana e pedir garantias.
Ainda no requerimento, o parlamentar explica que a cubana é ‘alvo’ de agressões nas redes sociais e até na Câmara dos Deputados, pelo fato de ser cubana e mulher. Nesta quinta-feira (6), o deputado Zé Geraldo (PT-PA) afirmou, na tribuna da Casa, que a estrangeira “não faz falta” em Pacajá (PA), onde trabalhava, e que ela teria sido vista “embriagada” na cidade.
“Do ponto de vista da condição de mulher, as redes sociais tem propagado agressões impressionantes, especulações sobre a vida pessoal dela. E num discurso nesta semana, o deputado Zé Geraldo foi protagonista de um episódio lamentável. Ele chegou a falar sobre com quem ela namorava e deixava de namorar”, disse Mendonça Filho ao G1.
Ramona Rodriguez diz ter fugido de Pacajá no último sábado (1º), após descobrir que outros médicos estrangeiros contratados para trabalhar no Brasil ganhavam R$ 10 mil por mês, enquanto os cubanos recebem, segundo ela, US$ 400 (cerca de R$ 965). Ela diz ter se sentido “enganada” pelo governo cubano e afirma que só soube do salário dias antes da viagem.
De acordo com o líder do DEM, Ramona também foi desrespeitada “do ponto de vista dos direitos humanos”, por ter recebido salário menor que o pago a profissionais de outros países contratados para o programa Mais Médicos.
“É aviltante que no mesmo programa ela receba bem menos que os médicos de outros países. A lei brasileira não permite esse tipo de distinção, todos são iguais perante a lei”, argumentou.
Mendonça Filho afirmou que as ministras Maria do Rosário e Eleonora Menicucci, como representantes de pastas que defendem o direito das mulheres e o respeito aos direitos humanos, deveriam se pronunciar publicamente a apoiar Ramona.
“Quero que as ministras garantam esses direitos, atuem. Elas representam dois segmentos importantíssimos. Ramona não cometeu nenhum crime no Brasil, veio trabalhar e viu que a condição era ruim”, afirmou.
Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília