Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Luiz Argolo pagou empresa envolvida com doleiro
O deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) deu verba da Câmara para uma empresa que seria seu elo financeiro com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A União Brasil Transportes e Serviços, com sede em Alagoinhas (BA), base eleitoral do congressista, recebeu ao menos R$ 30 mil da chamada cota para exercício da atividade parlamentar por supostos serviços prestados ao gabinete de deputado. Três ex-assessores dele constam como sócios da empresa.
Argôlo pediu à Câmara o reembolso de seis notas fiscais, no valor de R$ 5 mil cada, pelo aluguel de veículos durante seis meses dos anos de 2011 e 2012. Os comprovantes de janeiro, fevereiro e março de 2012 descrevem a locação de uma Pajero.
A Operação Lava Jato investiga esquema bilionário de lavagem de dinheiro, do qual Youssef seria pivô. A PF flagrou intensa troca de mensagens entre ele e o deputado. Numa delas, Argôlo indica duas contas bancárias, uma em nome da União Brasil, para que o doleiro depositasse R$ 110 mil, valor que teria sido usado para a compra de gado.
Nas mensagens, o congressista é identificado como “LA”. A informação foi publicada pelo jornal “Folha de S. Paulo”. Segundo o inquérito, o congressista também teria recebido R$ 120 mil do doleiro, depositados na conta de um assessor.
Nos registros da Receita Federal, a União Brasil, fundada em 2007, tem diversas atividades, que vão da locação de veículos à limpeza de prédios e ao comércio de calçados. Formalmente, é controlada pela família Ouais. Três dos sócios – Adílson Cruz, Edimilson e João Batista Ouais – trabalharam para Argôlo quando era deputado estadual, segundo registro no Diário Oficial da Bahia. João Batista também foi funcionário comissionado na Câmara.
As revelações da Operação Lava Jato complicam cada vez mais a situação política do deputado. Ontem, ele foi notificado e terá cinco dias para apresentar defesa em processo no qual é investigado pela Corregedoria da Câmara.
Fábio Fabrini e Bernardo Caram, Agência Estado