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Wagner teme reviravolta em indicações a TCE e TCM
A proximidade da campanha eleitoral está deixando a oposição na Assembleia em estado de graça. Por causa de sua movimentação contra a indicação do deputado federal Zezéu Ribeiro, do PT, a uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), o governador Jaques Wagner (PT) anunciou ontem, por meio de sua liderança na Casa, que irà à sede do poder na próxima segunda-feira, conversar sobre o assunto.
O feito é inédito – Wagner nunca foi à Assembleia antes por conta de motivo semelhante. O momento é que não é. O governador teme, em pleno início de campanha, arranhões em sua autoridade e o destrato de acordos políticos envolvendo a campanha majoritária que resultaram nas três indicações que está fazendo agora para as Cortes de Contas – duas para o TCE e uma para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
A oposição, o líder Elmar Nascimento (DEM) à frente, alega que a vaga que está sendo oferecida a Zezéu caberia, pela tradição, à Assembleia, de preferência a um deputado ou ex estadual. Ocorre que a ida do petista para o TCE ajuda na engenharia interna que o PT está fazendo para eleger sua bancada à Câmara Federal, fortalecendo, de quebra, a chapa liderada por Rui Costa.
Mas não é só a situação de Zezéu que preocupa. Conforme antecipado ontem por este Política Livre com exclusividade, tudo concorre para acabar na Justiça a indicação de outro deputado, o federal Mário Negromonte (PP), para o TCM. Alegando que a vaga aberta no órgão caberia ao Ministério Público de Contas, a Associação Nacional do MPC (Ampcon) já ingressou com um mandado de segurança na Justiça contra a indicação de Negromonte.
Neste caso, Wagner teme que ganhe corpo no Legislativo a tese de que, como a indicação de Negromonte foi para a seara judicial, os deputados não devem se empenhar em aprovar seu nome para o TCM. Não há óbices à indicação do deputado João Bonfim (PDT) para a outra vaga disponível no TCE. O governador receia principalmente o impacto de uma reviravolta nas indicações na campanha de Rui.
Mas lutar pelas indicações segue também outro interesse. Wagner deve ser o governador que mais nomes indicou ao TCE e ao TCM no curso de seus dois mandatos. Não deixa de ser um bom anteparo para quem vai deixar o governo daqui a alguns meses e terá sua administração vasculhada por auditorias, principalmente no TCE, caso que fica ainda mais delicado no caso de a oposição vencer a eleição. PL