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Empresa e três residências na BA são alvos de ação de combate à pedofilia
PF cumpre mandados em imóveis localizados em Alagoinhas e Camaçari. Rede de pedofilia operada em ambiente alternativo da web é desarmada.
A Operação DarkNet, deflagrada nesta quarta-feira (15) pela Polícia Federal em combate à pedofilia, cumpre quatro mandados de busca e apreensão na Bahia, um deles em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, e três em Alagoinhas. Em um dos locais funciona uma empresa de provedor de internet e os demais são residências, diz a PF. A ação ocorre em 18 Estados e no Distrito Federal. Outros doze mandados são cumpridos em Portugal, Colômbia, México, Venezuela e Itália.
Com os mandados de busca e apreensão, o objetivo é confirmar a identidade dos suspeitos e coletar elementos que comprovem crimes de armazenamento e divulgação de imagens, além de abuso sexual de crianças e adolescentes. De acordo com o delegado federal, André Rocha Gonçalves, a prática criminosa acontece na deep web, espaço da internet que não é acessado pelo usuário convencional e cujo conteúdo não aparece em sites de busca.
“Esse ambiente permite que haja navegação anônima, é propício para crimes virtuais, inclusive a pedofilia. A gente identifica o ID, mas nem sempre é exatamente da pessoa que acessou. As pessoas usam internet compartilhada. É possível saber que se originou ali. Os mandados são para confirmar a origem ilícita e dar condição para a verificação do verdadeiro criminoso, que muitas vezes não é o titular [da rede]”, afirma o investigador. Segundo o delegado, no espaço virtual, os suspeitos participam de chats, marcam encontros e compartilham fotos e vídeos de pedofilia infantil.
Para chegar até a “deep web”, é necessário ter um programa que torna a navegação anônima, o que impede a identificação de quem manda e recebe dados. Através de metodologia de investigação inédita e ferramentas desenvolvidas, os policias federais conseguiram quebrar esse paradigma e identificar mais de 90 usuários que compartilham pornografia infantil. Segundo a PF, apenas as polícias norte-americana e inglesa, FBI e Scotland Yard, haviam realizado este tipo de trabalho.
Além do Rio Grande do Sul e da Bahia, a Operação DarkNet ocorre nos estados do Amazonas, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul e ainda o Distrito Federal.
Segundo a PF, no decorrer da investigação, pelo menos seis crianças foram resgatadas de situações de abuso ou do iminente estupro, em diversos locais do Brasil. Em um dos casos, um pai relatava que iria abusar da filha assim que ela nascesse. Nesses episódios, policiais federais agiram e evitaram que as crianças permanecessem ou se tornasse vítima, prendendo quatro investigados.
A Operação DarkNet é resultado de um ano de investigações. Mais de 14 endereços IP (sigla para “Internet Protocol”, espécie de endereço virtual) foram analisados. Entre os investigados, há policiais, empresários e até mesmo padres.
Do G1 BA