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Ex-relator da reforma política, Ronaldo Caiado diz que proposta de Dilma é falsa
O senador eleito e líder da Oposição no Congresso Nacional, deputado Ronaldo Caiado (Democratas-GO), criticou o “gesto de enganação” da presidente Dilma Roussef em seu pronunciamento oficial após as eleições. Para ele, ao falar sobre reforma política sem nenhum aprofundamento sobre a matéria, Dilma apenas tergiversou do objetivo principal da reforma.
“O que me chamou a atenção foi que a reforma política proposta por ela é um engodo, uma farsa. Não sinaliza com nada concreto e só inviabiliza o processo verdadeiro para que consigamos aprovar a matéria. Quando você se propõe a fazer uma reforma, principalmente um presidente, o primeiro gesto que precisa é o gesto de honestidade intelectual para admitir o fim da reeleição”, defendeu Caiado.
O democrata lamentou que durante todo o discurso da presidente eleita, em nenhum momento foi citado o problema. Ele acredita que este é o principal fator de deterioração da política em nosso país.
“O que se esperava dela é que ela começasse exatamente por aí. Ela já se beneficiou disso. Deveria mostrar agora seu comprometimento com a reforma política que ela tanto alardeou. Aí sim, você sentiria a sinceridade na proposta”, comentou.
Referendo
Ronaldo Caiado também disse ser equivocado debater a reforma política diretamente através de um plebiscito, visto a quantidade de variáveis que existem sobre o tema.
“É inviável fazer plebiscito sobe uma matéria técnica, sendo que é prerrogativa do Congresso a responsabilidade de elaborar o texto e depois, dada a importância do tema, fazer uma avaliação por meio de consulta popular. Você só faz plebiscito de questões objetivas, de temas que podem se resumir a um ‘sim’ ou um ‘não’. Na reforma política você tem dezenas de variantes, como no sistema eleitoral, na forma de financiamento, na cláusula de desempenho, no financiamento de campanha, nas coligações e por aí vai”.
Para o senador eleito, a verdadeira reforma política precisa ser tratada, não como vontade única da presidente, mas de forma mais ampla, abrangendo os interesses de todos os setores da sociedade representados pelo Congresso. Uma vez aprovado o texto, ele seria posto em prática e, só aí, validado ou não através de um referendo popular.
“O que eles querem é induzir uma reforma de acordo com seus interesses, aproveitando-se do benefício da máquina presidencial. Assim foi feito com o decreto de criação dos conselhos populares. Não tem nada a ver com democracia, e sim com um modelo bolivariano da qual ela é tão defensora e que nós combateremos firmemente”, concluiu.