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Aperto na Economia – Sem o danado do dinheiro não se faz nada
Assim se expressava uma economista prática, e das boas! Não se faz nada sem dinheiro considerando o que o dinheiro representa, que é o resultado de algum esforço, algum trabalho. É a famosa lei de Lavoisier: nada surge do nada. Fora disto, tudo é demagogia, hipocrisia; tudo politicagem. É o jogar para efeito eleitoral, o que já deveria estar banido da nossa sociedade contemporânea. Ninguém tolera mais ser enganado. Mais cedo ou mais tarde, vai reagir.
Pois a economia brasileira só vai crescer 0,3 % em 2015, segundo previsão do Fundo Monetário Internacional. A roda já foi inventada, há muito tempo. Com blablabá não se governa um país; não se faz o gerenciamento de uma economia. Retórica de porta de quitanda pode funcionar por algumas horas. Pode eleger, para decepcionar depois – o que é pior. País continental, país abençoado pelas dádivas naturais, país de povo pacato por natureza (historicamente muitas vezes reagiu quando lhe pisaram nos pés) está destinado a crescer, se engenheiros de obras prontas e burros ativos não atrapalharem.
O governo acaba de anunciar o aumento de alguns impostos e o corte de algumas gracinhas para alguns setores (o preço da gasolina vai subir), com o resultado previsto de mais 20,3 bilhões de reais de arrecadação. Poderíamos estar paradoxalmente alegres; estupefactamente alegres. Oba, com mais dinheiro nas mãos, poderíamos pensar, o governo vai nos brindar com mais obras, mais educação, mais segurança. (Não nos esqueçamos de que sem dinheiro não se faz nada.)
Nada disso. O governo vai simplesmente salvaguardar este dinheiro (essa dinheirama), que pode ser café pequeno para os cerverós da vida, para formar o que ele chama de superávit primário. Traduzindo, vai arrancar mais de nós para pagar juros. Quem deve, principalmente quem deve muito, não vai pra frente. Pelo menos vai mal. Países do topo do mundo devem muito, proporcionalmente mais do que nós. Não vão tão bem como pensamos cá de fora, e verão a bomba estourar algum dia. Em alguns países, já estourou. Gerações futuras certamente vão taxar muitos gestores atuais de irresponsáveis e inconsequentes. Claro, são elas que estarão pagando o pato da insensatez.
Os novos ministros da área econômica são de direita. São conservadores, ranzinzas, ponderados e de pés no chão. Eles sabem que em economia não há milagres. Parece terem sido trazidos para dentro do governo do PT para fazer o trabalho sujo. Não houve reação dos quadros da base aliada, exceção de algumas caras feias. Após doze anos de crescimento morno, vale a pena para eles arriscar. Havendo sucesso da nova equipe, o sucesso terá sido do governo. Havendo fracasso, a responsabilidade será certamente jogada na terceirização da gestão econômica. Vamos apostar na primeira hipótese.
Francisco Nery Júnior