Líder do PT defende manter sigilo da lista de Janot; PSDB cobra divulgação

 Líder do PT defende manter sigilo da lista de Janot; PSDB cobra divulgação

Líderes da oposição e da base aliada na Câmara dos Deputados divergiram na quarta-feira (4) sobre se deve ser divulgado o nome dos políticos que deverão ser alvo de inquéritos na Operação Lava Jato. Enquanto o líder do PT quer que os nomes sejam mantidos em sigilo, PSDB e PPS defendem a divulgação da lista.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou na terça-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) 28 pedidos de abertura de inquérito referentes a 54 pessoas, entre autoridades e pessoas sem foro privilegiado. Em cada peça, Janot requer a derrubada do segredo de Justiça. Caberá ao ministro Teori Zavascki, do STF, decidir se revela ou não quem são os investigados.

Para o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), o sigilo na fase inicial de inquérito é importante para preservar a investigação. “O segredo de Justiça é para poder o juiz, a polícia, o delegado trabalharem com sossego para ter condições de estudar minunciosamente”, disse. No entendimento do petista, os nomes só devem ser divulgados naqueles casos em que for apresentada denúncia. “Nessa fase, é claro que tem que abrir para toda a sociedade”, avaliou.

O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), defendeu a total divulgação sobre a identidade dos investigados. “Entre a posição do líder Sibá e a posição do procurador-geral da República, que é o titular da ação penal, eu fico com a posição dele, de que deve quebrar o sigilo”, afirmou.

Para o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), a quebra de sigilo é “em prol da sociedade”. “A sociedade tem o direito de saber quem está sendo investigado.”

O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, também afirmou ser favorável à retirada do sigilo da lista para acabar com a especulação e dar chance aos acusados de se defenderem. “É importante que essa lista venha logo, que se tire o sigilo em cima dela, até para que a coisa fique clara, transparente, e que tire esse clima de uma certa ansiedade, de especulações”, disse Vargas.

 

Fernanda Calgaro

Do G1, em Brasília

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