CIDADÃO DE PAULO AFONSO

 CIDADÃO DE PAULO AFONSO

Francisco Nery Júnior

A velhice vem chegando e traz consigo muitas compensações. Passamos a valorizar as coisas de mais conteúdo. A velhice permite olhar para trás e verificar – na verdade lamentar – tanto vigor jogado fora. Em outras palavras para o leitor, eu, no caso eu – vamos nos lembrar que isto aqui é uma crônica -, lamento não ter lutado mais, brigado, argumentado, futucado mais por Paulo Afonso. Apenas uma gota de água do passarinho no incêndio da floresta, mas uma gota! Um esforço para melhorar a vida de todos nós.

Quando assim conversamos com o leitor, não pensamos estar sozinhos na tarefa de somar e agregar. Sabemos muitos amigos e concidadãos comprometidos com a cidade; com a região. Verificamos muitos, sozinhos no seu canto de humildade, profundamente preocupados com o bem-estar de todos. Ficamos felizes (felicidade é uma palavra importante que o professor Lessa lamenta estar fora de moda) em entrar para uma confraria de homens de bem. Estou, agora, oficialmente em uma confraria dos que amam Paulo Afonso. Entramos pela porta oficial da Câmara de Vereadores. Todos eles, unanimemente, abriram a porta. O mais confortante é que o leitor que me acompanha nestes escritos, que nasceu aqui, que desde a saída respira o pó seco da região, já está, por direito de nascença, na parte de dentro. É um prazer tocante agora pertencer a vocês.

Antônio Alexandre apresentou a proposta que os dignos edis aprovaram. Votei algumas vezes em Alexandre por ele ser brigão. Votei, em outras, em outros brigões. Gosto de votar nos brigões da comunidade. Ninguém nada mais do que o vetusto Pedro Simon nos alertou que jamais conseguiremos avanços se não brigarmos. Gosto da atual composição da Câmara. Vejo equilíbrio e vejo, sim vejo, respeito pela posição uns dos outros. Os vereadores podem mostrar os dentes – e mostram! – mas se respeitam no sentido de se entenderem. Eles entendem que o importante é compor. Nada mais natural que representem os interesses de quem os colocou na Câmara. Foram eleitos pelo voto direto, que é oculto, e assim representam os seus eleitores. Respeitamos as suas idiossincrasias, toleramos os seus excessos calorosos e ponderamos os excessos perigosos. Nós os amamos quando brigam por nós.

Tive a alegria de saber da concessão quando abri o site PANotícias. O senhor Nicolson Chaves já me havia concedido este título alguns anos atrás. Lamentou, no meu ouvido, eu não ser cidadão de Paulo Afonso, alegando a minha briga pelo desenvolvimento da cidade. Bem mais atrás, na antiga Chavepe, seu Nicolson resolveu um problema grave no motor do meu primeiro fusquinha com a cola Araldite. O diagnóstico dos técnicos era mandar o carro de carreta para São Paulo. Repetindo, o empresário Nicolson resolveu tudo com Araldite. O motor do fusca resistiu 36 anos a fio. Assim sou devedor a seu Nicolson.

Na Chesf, parceira inconteste do nosso desenvolvimento, o reconhecimento a pessoas como Frederico Fausto, engenheiro Soares, professor Silva, Dona Socorro e professora Ana Miná, mãos estendidas na minha reabilitação. No Colepa, professor Pimentel e Capitão Fausto. No Ciepa, professora Noêmia e professora Vera .  Nos sites, Ozildo Alves, Galdino e Reinaldo. Nas rádios, Jota Matos, Pastor João Neto e seus colaboradores. Na Prefeitura, José Ivaldo, Luís de Deus, Paulo de Deus, Raimundo Caires e Anilton. No IFBA, professor Arleno, montador, do zero, de uma pérola ganha por Paulo Afonso. A Deus, toda a honra.

Agora vou andar mais abertamente em Paulo Afonso. Vou respirar com mais vigor. O ar que agora respiro é mais meu. A Câmara, através da proposta do amigo Alexandre e do voto dos outros edis, me proporcionou este prazer. Estou preocupado, leitor. Acabo de me lembrar que a quem se dá mais, se exige mais. Com você, todavia, podemos influenciar um pouquinho o esforço de nós todos para o desenvolvimento da cidade.

 

Francisco Nery Júnior
Francisco Nery Júnior

Francisco Nery Júnior

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