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Baiano reluta em usar cinto de segurança
Até o último mês de maio, a nutricionista Mariana Martins, 27, não usava cinto de segurança no banco de trás. Só depois de um acidente que resultou em uma fratura no braço e lesões na face e nas pernas, ela se conscientizou da importância do item de segurança.
“Voltávamos de uma festa. Meu primo não viu a lombada, perdeu a direção do veículo, que acabou virando. Não lembro com detalhes o que ocorreu, mas sei que o meu braço bateu com muita força no banco da frente. Eu achava desnecessário utilizar o cinto atrás”, conta.
Mariana pensava como a maioria dos baianos, segundo Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita pelo Ministério da Saúde, em uma parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo – feito em 64 mil domicílios de 1.600 municípios do país – constatou que 60% da população baiana nem sempre usa o cinto no banco de trás e que 36% também reluta em usar o item no banco da frente.
O percentual de baianos que não confirmam o uso constante é maior que a média nacional, respectivamente de 50% e 20,6%.
O mau desempenho é atribuído a todo o Nordeste, que, dentre as cinco regiões, teve a menor proporção de pessoas que usam no banco da frente (66%) e a segunda menor proporção em relação ao assento traseiro (39,5%), atrás do Norte (36,7%).
Os estados com pior resultado foram o Amapá (19% da população faz uso do equipamento no banco de trás) e Piauí (menos da metade, 47%, utiliza o cinto no banco da frente).
A pesquisa foi feita entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014 e A TARDE obteve os dados referentes à Bahia com exclusividade.
Riscos
Os dados são preocupantes, uma vez que, segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, o risco de morte e de sequelas graves é muito maior para quem está sem o cinto de segurança.
Nos bancos da frente, a redução do risco de morte é de 45%, no de trás, 75%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, se não houver ação mundial, 1,9 milhão de pessoas irão morrer no trânsito até 2020.
Na Bahia, 10.326 pessoas foram internadas no ano passado por acidentes de trânsito no Sistema Único de Saúde, o que demandou gastos de R$ 10,3 milhões, segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
O major Genésio Luide, coordenador do Departamento de Trânsito do Estado da Bahia (Detran-BA), diz que quando no capotamento há uma tendência de portas e teto se abrirem e, com isso, o corpo do passageiro ser arremessado para fora.
“Este é o perigo, pois o corpo projetado tem cinco vezes menor chance de sobreviver. A velocidade com que a pessoa é jogada para fora do carro é muito alta”.
Para ele, houve muito trabalho de conscientização para a adesão ao uso do item pelo condutor e pouco para conscientizar o passageiro. “O desconhecimento da obrigatoriedade é o segundo maior fator da não utilização pelo passageiro. Os primeiros são a questão cultural, a falsa ilusão de segurança e o desleixo ao realizar trajetos curtos”, opinou.
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