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Estar desviado
Desviado e eliminado ganharam uma conotação semântica pesada nos meios evangélicos e nos ditos evangélicos. Alguns, na realidade, se desviam e são eliminados. Procuram outros caminhos e não mais fazem parte do rebanho cristão. Entrementes, observemos o que apareceu em uma rede social sobre “estar desviado”:
Estou desviado…
. Desse “evangelho” que coloca o homem no centro, estou desviado;
. Desse mercado “gospel” que transforma ministério em profissão [como outra qualquer], estou desviado;
. Dessa maldita “teologia da prosperidade” que incentiva as pessoas a barganharem com Deus, estou desviado;
. Da “confissão positiva” que acha que tem poder de determinar o que Deus vai fazer, estou desviado;
. Dessa “idolatria religiosa” que coloca homens como seres inquestionáveis e intocáveis, estou desviado.
Poderíamos acrescentar:
. Desse arrancamento voraz de dinheiro dos fiéis;
. Do fazer o fiel sair da igreja massacrado, sentindo-se um verme sujo, mais desconsolado do que entrou;
. Da moda de cantar e cantar em detrimento do meditar, orar, ler a palavra, louvar e buscar;
. De ser um mero espectador do serviço religioso; assistir ao culto ao invés de assistir o culto, no sentido de ser parte dele;
. De meros discursos éticos, morais ou mesmo políticos que se esquecem de pregar salvação eterna;
. De organizações que querem competir com o INSS na prática [apenas] de assistência social;
. Da oferta simplória das repetições vãs, divagações baratas, bolodórios coloquiais;
. Da busca insana do consumismo que torna o fiel tão avarento, devedor, malandro, não amante da verdade e inadimplente quanto os que não se dizem crentes.
Francisco Nery Júnior