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ACM Neto sai fortalecido do Bonfim

A hegemonia do branco em homenagem ao Senhor do Bonfim serviu de inspiração para que os integrantes dos partidos de oposição na Bahia sinalizassem ontem, durante a Lavagem do Bonfim, que seguem harmonizados na conjuntura das eleições municipais na Bahia, em especial na capital baiana, onde buscam afinar um nome para entrar de vez na guerra contra as pré-candidaturas do PT, encabeçada pelo deputado federal Nelson Pelegrino, e aquela que será defendida pelo prefeito João Henrique (PP), que tem como nome, o secretário da Casa Civil, João Leão (PP).
Dirigentes do PMDB, DEM, PSDB e PR aproximaram seus blocos e subiram juntos rumos à Colina Sagrada, com objetivo de desfazerem qualquer rumor de que não estão amarrados em uma só estratégia para 2012.
Por outro, apesar da tentativa de comunhão, PMDB e PSDB não levaram seus pré-candidatos, o comunicador e ex-prefeito Mário Kertész e o deputado federal Antonio Imbassahy. As ausências colocaram em evidência o nome do deputado federal, ACM Neto (DEM), apontado em primeiro lugar nas pesquisas. Eles negaram que já se tenha um acordo fechado para o pleito de outubro, onde Neto desistiria para apoiar Kertész.
A notoriedade do democrata reacendeu a possibilidade de que ele ainda se coloque como candidato. Bastante saudado por populares e cercado por lideranças, o maior herdeiro do carlismo tentou desconversar quando questionado sobre o assunto. “Estamos aqui é para louvarmos o Senhor do Bonfim.
Claro que as pessoas aproveitam para manifestar o seu sentimento, falar sobre política, mas hoje é dia de festa e de renovar a fé. A definição só em março. Vocês estão muito agoniados”, afirmou para a Tribuna, entre risos.
No entanto, nas entrelinhas, sinalizou que ainda está no páreo e que os burburinhos de que já estaria de apoio fechado a Kertész ainda não era certo. “Vamos tomar a decisão respeitando a vontade do povo de Salvador”, disse. Questionado em seguida se isso representaria sua pré-candidatura, já que aparece em primeiro lugar, Neto deixou em aberto: “Pesquisa não é o único critério, mas é importante para entender o sentimento do povo”, disse.
Líderes do PMDB, o presidente estadual da legenda e deputado federal Lúcio Vieira Lima e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, minimizaram o impacto da ausência de Mário Kertész e a visibilidade da festa.
“Ele nunca veio. Se ele viesse é que era motivo de vocês estranharem”, disse Lúcio. Perguntado sobre o termômetro eleitoral, o peemedebista brincou: “Nesse calorão da Bahia, os termômetros já estão em alta temperatura. O povo quer festa agora. Política é mais na frente. O partido que não participa perde, mas o que participa também não ganha nada eleitoralmente”, avaliou.
Geddel frisou o esvaziamento popular da lavagem: “Está vazia. Vai ver que é por causa da insegurança e da falta de infraestrutura. Lembro-me que nos anteriores não tínhamos esse espaço aqui”, disse ao passar nas proximidades da Ladeira da Água Brusca. O ex-ministro fez questão de frisar que a oposição dá sinais de “está tentando mostrar um projeto em comum. Você não pode imaginar que sejamos todos iguais, mas estamos conversando. Quando você está no poder tudo é mais fácil.
Conheço gente que falava mal do governador e que hoje é leão de chácara dele. Nós não temos poder e benesse para oferecer. É conversa mesmo”, disse em tom de crítica aos adesistas e admitindo as dificuldades da unidade. Da Tribuna da Bahia