Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
A falência que muitos insistem em não ver
O senador Romero Jucá, do PMDB, resolveu discursar no Senado sobre a situação insustentável das finanças do governo. Ele, líder contumaz de governo nesses últimos anos, resolveu transformar-se em senador preocupado com a dívida pública.
O senador tem toda a razão – que deveria ter tido nos tempos da bonança, apaniguado que comia o pão com os companheiros do poder. Disse ele: “A previsão para o ano que vem é a dívida chegar a 80% do PIB. O pagamento do serviço da mesma dívida é de 7% do PIB.” Disse-nos, em palavras mais palatáveis, que a situação é de falência progressiva, o que nós, neste site, dizíamos há muito tempo. O senador, evidentemente, tem os seus mecanismos de defesa que deve saber usar muito bem. Nós, nós estamos ao Deus dará.
A gritaria que se instalou no plenário, com muitos apartes, deixou claro o pular fora do barco que afunda. A quem não pode pular, quem não tem bote nem sabe nadar, só resta rezar, pedindo para Deus nos poupar, todos nós agora desvalidos, do pior.
Fica difícil controlar a inflação com a política de câmbio do governo. Importações com câmbio alto estimulam a demanda interna que, sem infraestrutura no país e sem correspondência de produção, geram inflação.
Países com controle e poder de emissão, com infraestrutura estabelecida, cultura e tradição, vão levando a insensatez das políticas que nada têm a ver com a realidade. Não é o caso do Brasil. A exportação de commodities, em retração, não está compensando a importação dos manufaturados em época de dólar alto.
Ex-presidentes começam a sair da toca para nos dizer absolutamente nada. Claramente estão de olho em 2018. PT e PSDB estão de olho no poder, enquanto nós aguardamos o surgimento de uma terceira via que possa lançar no jogo uma nova esperança. Algumas figuras têm se projetado para desabar logo a seguir vítimas do jogo sujo que praticaram achando que, se honestos e sem falcatruas, jamais se projetariam.
O chamado ajuste fiscal tenta tocar apenas no investimento com tímidas incursões no custeio. Na realidade, não há ajuste fiscal que faça efeito com uma economia em recessão, com capacidade ociosa e com uma sangria insuportável em termos de juros. Tememos que o pior esteja por vir.
Francisco Nery Júnior