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Para manifestantes, além de Dilma, Cunha também deve cair
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Apesar de terem como principal alvo o governo de Dilma Rousseff e o PT, muitos manifestantes presentes na avenida Paulista, no domingo (13/12), também apoiam a cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
A maioria defende que ele “cumpriu seu papel” ao aceitar o pedido de impeachment da presidente, mas que não deve se manter no cargo por muito tempo. “Ele serviu para abrir o impeachment e só. Depois vai cair também”, afirma o biomédico João Guimaro, de 67 anos, nesse que foi seu primeiro protesto contra o governo na avenida Paulista.
O engenheiro Gustavo Costa, de 64 anos, também acha que o deputado deve ter o mandato cassado. “Ele tem contas não reveladas na Suíça e há várias denúncias contra ele. Mas isso é outra coisa. Primeiro tiramos a Dilma e depois vamos tratar de tirar o Cunha de lá”, afirma.
Para ele, é um “erro de interpretação” dizer que o deputado deflagrou o impeachment. “Ele apenas aceitou um dos vários pedidos”, diz. Entretanto, Costa admite que a ligação de Cunha ao processo pode afetar negativamente os movimentos pró-impeachment. “É prejudicial para nós que ele seja o presidente da Câmara”, concluiu.
Os organizadores pareciam partilhar da mesma preocupação. Havia uma clara tentativa de dissociar a bandeira do impeachment da imagem do presidente da Câmara, investigado na Operação Lava Jato.
“O pedido de impeachment não é do Cunha, nem do PSDB, mas da sociedade brasileira!”, gritava um dos organizadores, no carro de som do movimento Vem Pra Rua.
O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Rubens Nunes, também concorda que Cunha deve sair do cargo. “Infelizmente ele é o presidente da Câmara. Mas isso não prejudica o impeachment. Não é o mesmo a obrigação institucional dele [de receber o pedido de impeachment] e a sua atuação como deputado”, diz Nunes.
Adesão menor
A manifestação na avenida Paulista, assim como em várias capitais do país, teve uma adesão bem menor do que as anteriores. Segundo a Policia Militar, 30 mil pessoas participaram do protesto neste domingo em São Paulo – em agosto e abril, foram centenas de milhares e, em março, um milhão.
Militares e policiais
Como em todas as outras manifestações pelo impeachment, grupos minoritários, como a União Nacionalista Democrática (UND) e Pátria Amada, reuniram manifestantes em torno dos seus carros de som em defesa de uma intervenção militar.
Em outros pontos da avenida, participantes tiravam selfies com a Polícia Militar – o que já é quase marca registrada das manifestações pró-impeachment. “Sou a pessoa mais apaixonada pela PM. Eles nos defendem e, mesmo ganhando mal, são competentes. É uma das melhores polícias do mundo”, defende a biomédica Antonia Carvalho, de 60 anos, enquanto tira uma foto e come pipoca.
Perguntada se apoiaria um golpe militar, ela e o marido afirmam que sim. “Sou super a favor de intervenção militar”, diz ela, enquanto se vira para o carro de som: “É o Lobão? Adooooro!”
Terra