Combate ao Aedes aegypti é intensificado na Bahia

 Combate ao Aedes aegypti é intensificado na Bahia

A presidente Dilma Rousseff e o governador Rui Costa visitaram, na sexta-feira (19), dia nacional de mobilização contra o mosquito Aedes aegypti nas escolas, a biofábrica Moscamed Brasil, que desenvolve um método de controle biológico do Aedes aegypti em Juazeiro, no Norte da Bahia. Na ocasião, eles conheceram as instalações e detalhes sobre o projeto, que pretende reduzir populações naturais do mosquito com o cruzamento de machos transgênicos, que transmitem aos seus descendentes um gene que impede o desenvolvimento das larvas, com as fêmeas da natureza.Biofábrica Moscamed Brasil1

Durante a visita, Rui lembrou que a principal medida para controlar o Aedes ainda é não deixá-lo nascer. “Quando olhamos os dados das pessoas que tiveram dengue, zika ou chikungunya, 90% foram contaminadas em sua própria casa, então é preciso que todo mundo faça uma vistoria geral na sua residência. Se tiver algum vizinho que não cuida, a pessoa pode ligar para a prefeitura. A presidente Dilma lançou um decreto que permite que o agente de saúde, acompanhado de uma autoridade, possa entrar na casa e tomar as providências contra o mosquito”.

Após conhecer o projeto da Moscamed, Rui e Dilma seguiram para o Colégio da Polícia Militar Alfredo Vianna, também no município, para lançar uma campanha de mobilização da comunidade escolar para o combate ao mosquito. Na oportunidade, a presidente dará uma aula e falará sobre o Aedes, as doenças transmitidas por ele – dengue, chikungunya, e zika – e sua relação com os casos de microcefalia registrados recentemente no país.Biofábrica Moscamed Brasil

Biofábrica

Com investimento de R$ 1,2 milhão por ano, por meio da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a Moscamed realiza o cruzamento dos transgênicos machos com fêmeas silvestres do Aedes, gerando mosquitos estéreis ou que morram antes de chegar à fase adulta. Atualmente, a fábrica tem a capacidade de produzir de 4 a 5 milhões de mosquitos por semana, o que é suficiente para controlar uma área de até 100 mil habitantes.

O Aedes é responsável pela transmissão da dengue, chikungunya e zika, esta última causadora de problemas de gestação, que incluem morte do feto e nascimento com microcefalia. Até 13 de fevereiro, 744 casos de microcefalia foram notificados em 121 municípios da Bahia, por meio do Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP). Dos 744 casos, 161 foram investigados com a realização de exame de imagem, sendo 107 confirmados e 54 descartados.

Ações do Estado

O Governo do Estado vai disponibilizar 200 mil testes rápidos para detecção de dengue e chikungunya. Associado a um smartphone com GPS, o teste rápido permite, simultaneamente, o georreferenciamento (Google Maps) dos casos, a fim de controlar rapidamente os surtos. O procedimento foi uma ação inédita no país e os primeiros municípios a dispor do teste rápido foram Feira de Santana, Riachão do Jacuípe e Ribeira do Pombal.

Outra ação do Estado é o Caça Mosquito, aplicativo desenvolvido para que os usuários enviem fotos de locais onde há possíveis focos do Aedes. Mais de R$ 13 milhões estão sendo investidos pelo Governo da Bahia no combate ao Aedes, incluindo campanhas educativas e capacitação para supervisores no trabalho de campo. Os municípios também receberam incentivo financeiro de R$ 3,7 milhões.

Repórter: Raul Rodrigues

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