Divergência com diretório nacional preocupa PP da Bahia; João Leão afasta receios

O PP da Bahia teme sanções por ter fechado questão diferente da direção nacional no que diz respeito ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. O diretório nacional do partido é a favor da saída da presidente, enquanto os quatro parlamentares baianos do partido são contrários. Algumas lideranças têm receio de uma eventual intervenção nacional por conta do pouco tempo para as eleições municipais, de forma que uma intervenção arruinaria os planos de quem controla o partido no estado. Em Brasília para participar da articulação política, o vice-governador da Bahia, João Leão, rechaçou os temores. “Nós estamos com uma situação peculiar. Cada deputado tem o seu pensamento, e esse fechamento de questão faz com que o partido tenha uma posição. Vamos sentar, discutir, conversar com as lideranças do partido. Dá tempo suficiente de se conversar. Não tenho receio de retaliação, tenho uma tradição no partido, não tenho receio disso”, disse Leão.

Nesta sexta-feira (15), a reunião da cúpula do PP foi delicada, após a indicação de um baiano para o lugar de Gilberto Occhi, que pediu demissão após o partido deixar a base aliada. Segundo presentes na reunião, o processo de autofagia do partido acabou tencionando a discussão, o que aumenta exponencialmente um rompimento mais sério entre a direção nacional e o diretório baiano pois, além da perda do diretório, os deputados que descumprirem a determinação do partido podem ser expulsos. Além disso, há uma ponderação específica com a Bahia por causa da composição entre o governador Rui Costa e Leão.

por Fernando Duarte, de Brasília