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ENTREVISTA: Delegada da Mulher, Juliana Pontes, fala de casos de estupro em Paulo Afonso
Delegada fala os detalhes da morte de Maria Eduarda, do segundo caso de estupro e alerta: ‘conversem com as crianças’
Neste momento em Paulo Afonso, alguma criança pode está conhecendo o inferno, sendo ‘tocada’, por alguém próximo, enquanto a família se distraí. A rotina de abusos contra crianças no país, registra 3 casos por hora, em média, segundo a delegada da mulher, Juliana Pontes.
Das noites de agonia, no dia 16 deste mês, os atos libidinosos do padrasto, Valdemir Eloi Bonfim de 59 anos, avançaram para um estupro sem precedência nos registros policias do município. Uma garotinha de 2 anos, Maria Eduarda, morria no Hospital Nair Alves de Souza, depois de sofre um estupro e ter a cabeça violentamente chocada contra a pia do banheiro.
Seu algoz está preso. Confessou as barbaridades, segundo a delegada, o criminoso tinha ‘desejos sexuais pela menina’. Mal acabara a comoção com essa tragédia, outro caso: uma garota de 9 anos, denuncia o tio e o padrasto de tê-la violentado.
José Ricardo Barbalho de Lira e Cleiton de Morais Silva, tio e padrasto da garota estão presos temporariamente no presídio regional de Paulo Afonso. De repente, parece que a sociedade acordou, e mora num pesadelo. Que pode está acontecendo na esquina, na casa do vizinho, na sua casa.
Hoje de manhã, Juliana Pontes, recebeu a reportagem do Portal PA4, e falou amiúde dos dois casos, acompanhe:
Como Maria Eduarda morreu?
Assim que tomamos conhecimento do crime, ouvimos a mãe e versão do padrasto, fizemos a perícia na casa, segundo o depoimento dela e o interrogatório dele, a mãe estava lavando roupas e estendendo no varal, ainda encontramos um balde enorme, ela realmente fazia esse serviço à parte e não presenciou. O Valdemir Eloi confessou tudo, como fez, enfim, a menina caiu porque ele havia passado sabão nela, depois da relação, ele a lavou e ela bateu a cabeça na pia e teve traumatismo craniano.
A mãe de Maria Eduarda tinha conhecimento que ela era zoófilo, na verdade mais doente que ela?
Bem, na verdade ele é zoófilo, mantinha relações com cabras, ovelhas, galinha, cachorro, e ainda disse que quando via os animais mantendo relações pensava ‘podia ser eu ali’, então, realmente ele sofre desse distúrbio, e eu acredito que ela não sabia, pois, o relacionamento tinha apenas dois meses.
Com apenas esse tempo ele dava banho na menina?
Nas duas crianças, e confessou que tinha atração sexual por Maria Eduarda. Em relação à irmã, ele disse que já bolinou a menina, embora ela nega, porém, os exames nos três irmãos não deram nada. Esses foram poupados.
Outra pessoa, a mãe no caso, poderá também ser responsabilizada pela morte da garota?
O Ministério Público representou pedindo o exame de sanidade mental da mãe, e nós não paramos por aqui não, na verdade não me dei por satisfeita, quero saber se teve ou não participação da mãe. Quando chegamos lá, aconteceu aquela aglomeração e as pessoas queriam fazer justiça com as mãos, ninguém dizia nada dela.
Porém, ela não criou os outros filhos.
A mais velha ela oferecia a caminhoneiros – por isso perdeu a guarda, segundo disseram as testemunhas.
O estuprador ficará no presídio regional de Paulo Afonso?
Por ser um crime hediondo, precisa de segurança máxima. Mas acredito que ele vai ficar aqui mesmo.
O segundo caso, em menos de uma semana?
Após a morte de Maria Eduarda, o pai (caso da menina de 9 anos, que foi abusada sexualmente, na Barroca) que pegava a filha apenas para visita, conversou com a menina, explicou porque Maria Eduarda morreu e perguntou à filha se alguém já teria feito isso com ela? A menina disse que ‘já’ e acusou o padrasto e o tio. O pai a levou até a delegacia, fez exames, e foi comprovado que realmente a garota foi vítima de abuso sexual. Os dois acusados tiveram prisão temporária – até que tudo seja esclarecido, cujo prazo é de um mês.
Estamos muitos assustados, o que está acontecendo em Paulo Afonso com tantos casos de abuso contra crianças?
Infelizmente, quando a vítima é mulher, é mais fácil vir aqui e registrar, quando acontece com uma criança e ela está dentro de um ambiente familiar é muito difícil, ela não tem como falar. No Brasil, a cada hora, são três casos de crianças abusadas, é um número assustador, e é evidente que há outros aqui, que ainda não chegaram ao nosso conhecimento.
No caso da menina da Barroca, o pai conseguiu descobrir, então como a senhora acha que os pais devem agir, quando desconfiarem de uma situação dessas?
O mais importante é o diálogo. Sempre conversar com a criança. Observar o comportamento da criança, se dorme mais, se fica mais calada, se come mais ou menos. Se perceber que algo mudou, aí ficar atento a qualquer sinal.
As leis são duras para esse tipo de crime.
Muito. Para estupro de vulnerável de 12 a 30 anos de reclusão em regime fechado.
PA4.com.br