Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Dilma dispensa opinião do PT sobre reforma – e irrita sigla
Membros do partido reclamam que ainda não foram consultados a respeito das mudanças na Esplanada. Partidos da base também aguardam chamado
Com o anúncio, feito na última quarta-feira, de que Aloizio Mercadante vai substituir Fernando Haddad no Ministério da Educação, a presidente Dilma Rousseff deu início à reforma ministerial pela qual seu governo vai passar neste início de ano. E aguçou, também, os ânimos de petistas e partidos da base aliada, que esperam por mudanças nas pastas que comandam, mas não têm certeza do que vem por ai. Integrantes do PT e do PDT, por exemplo, dizem aguardar o chamado do Palácio do Planalto em breve para discutir as indicações. Mas a demora da presidente em consultar o próprio partido a respeito das alterações já provoca irritação em alguns petistas.
Integrantes do PT dizem que a Presidência está insatisfeita com o desempenho de dois ministros do partido: Afonso Florence, do Desenvolvimento Agrário, e Luiza Barros, da Igualdade Racial. Lúcia Falcon, secretária de Planejamento e Investimento do Ministério do Planejamento, e Eva Maria Cella Dal Chiavon, que está à frente da Casa Civil do governo da Bahia, são cotadas para a vaga do Desenvolvimento Agrário.
Para a Igualdade Racial, o deputado federal Luiz Alberto (BA) é citado no partido. Ventilou-se o nome do senador Paulo Paim (PT-RS), mas ele não agrada aos petistas. “O governo coloca um senador problemático e depois como tira?”, questionou um parlamentar sob a condição de anonimato. Paim ameaçou votar contra o governo na decisão sobre o reajuste do salário mínimo no início de 2011 e só mudou de opinião após apelo de Dilma.
A ministra Iriny Lopes pode ser a terceira integrante do PT a deixar a pasta. Ela quer disputar a prefeitura de Vitória (ES). A deputada estadual do Rio de Janeiro Inês Pandeló (PT) está entre os cotados para substituir Iriny. A deputada, aliás, acompanhou a presidente Dilma Rousseff na solenidade de inauguração de uma creche em Angra dos Reis (RJ) nesta quarta-feira.
Apesar das mudanças envolvendo integrantes da própria legenda, o PT afirma que não ainda foi chamado para discutir os cargos no governo. “Somos excluídos”, resumiu um petista.
Dança das cadeiras – Com a saída de Carlos Lupi do Ministério do Trabalho, em dezembro, quatro nomes foram levados à presidente pelo PDT: o do secretário-geral da legenda, Manoel Dias, e dos deputados federais Brizola Neto (RJ), André Figueiredo (CE) e Vieira da Cunha (RS). Este último nome é visto com bons olhos pelo Palácio do Planalto.
Vieira da Cunha é considerado um parlamentar neutro – nem da ala de Lupi, nem da ala de Brizola. Figueiredo, por exemplo, é muito próximo do ex-ministro – demitido em meio a escândalos de corrupção – e sua nomeação causaria repercussão ruim para a Presidência. Além disso, o gaúcho Vieira da Cunha já trabalhou com Dilma no Rio Grande do Sul entre 1986 e 1988. A presidente era secretária de Fazenda da prefeitura de Porto Alegre enquanto ele ocupava a Secretaria de Limpeza Urbana.
Cunha afirmou ter militado com Dilma por 20 anos, quando ela integrava o PDT. “Houve um distanciamento natural, depois que ela deixou o PDT em 2000”, disse. “Mas nunca houve rompimento político, nem pessoal.” Ele negou ter sido sondado pelo Planalto para ocupar a pasta, mas disse que o partido espera o contato de Dilma em breve. O secretário-geral do PDT,
Manoel Dias, concorda com a opinião do colega: “Não somos nós que temos que iniciar a discussão”.
Os pedetistas dizem que o interlocutor do partido no assunto será ninguém menos do que o presidente do PDT, Carlos Lupi. Hoje a pasta é ocupada pelo secretário-executivo da gestão anterior, Paulo Pinto. A avaliação do PDT é de que ele não faz parte da cúpula da legenda e deveria deixar o cargo. Veja.abril.com.br