Reunião do MPE, mais uma vez teve como foco as baronesas que tomaram conta do Rio São Francisco

 Reunião do MPE, mais uma vez teve como foco as baronesas que tomaram conta do Rio São Francisco

Uma reunião realizada quarta-feira (22), na sede do Ministério Público Estadual, mais uma vez teve como foco as baronesas, plantas aquáticas que tomaram conta do Rio São Francisco, prejudicando as cidades ribeirinhas e, consequentemente, o município de Paulo Afonso.

Após as discussões, com representantes de diversas entidades que estiveram presentes, foi elaborada uma minuta de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que definiu a responsabilidade de cada órgão no que diz respeito à retirada das plantas.

Segundo o Procurador da República, Leandro Bastos Nunes, o que se busca por meio do documento é um acordo extrajudicial. “O que o MPE e o MPF estão buscando é resolver de forma extrajudicial, uma medida consensual, mediante um acordo, um TAC, com todos os atores envolvidos no problema para que as causas imediatas das baronesas sejam resolvidas, mas sem prejuízo da apuração dos problemas a médio e longo prazo”, ressalta.

Ele reforça que caso não haja o acordo, poderá haver o ajuizamento de ação. “Se algum dos entes envolvidos se recusar a resolver o problema extra judicialmente poderá ser acionado pelo Ministério Público. Vamos aguardar que os órgãos se pronunciem e caso não exista a aceitação da proposta, o MP poderá tomar algumas medidas e uma delas é o ajuizamento de ação”, explicou. O procurador reforçou que no TAC há ainda uma ação emergencial, com prazo fixado para que o Ibama realize um estudo técnico sobre o destino os resíduos das baronesas.

De acordo com o Procurador Leandro, a responsabilidade de cada ente é de acordo com a causa ligada ao problema. “A Chesf, em tese, tem a responsabilidade por ter tido interferência na vazão do rio, a União tem que entrar com aporte financeiro, pelo fato do Rio São Francisco ser um bem da união e diversos outros fatores”.

A promotora Luciana também falou sobre a responsabilidade de cada ente, tanto no processo de retirada emergencial das baronesas, como também a médio e longo prazo. “Essa reunião é de grande importância, tendo em vista que as baronesas têm trazido diversos problemas para a captação de água, piscicultura, para o banho, para o lazer, para a pesca, os comerciantes estão extremamente prejudicados, são muitos prejuízos na região. Sabemos que a redução da vazão da Chesf é causa direta do problema e vamos cobrar isso da companhia, além de outros entes envolvidos, como a União, a Agência Nacional de Água (ANA), entre outros órgãos”, falou a promotora.

Ela ressaltou o trabalho da Prefeitura. “Os municípios estão fazendo aquilo que de fato eles têm condições de fazer, estão assumindo grande parte dessa responsabilidade quando na verdade precisam de outros atores, inclusive de órgãos da União”.

O Procurador Municipal, Igor Montalvão, falou sobre o trabalho da Prefeitura e cobrou a participação de outras entidades. “Paulo Afonso está arcando com tudo de forma exclusiva, quando a Chesf tem participação e responsabilidade, assim como a União, que também está sendo omissa. Estamos buscando soluções para trazer esses entes para diminuir essa responsabilidade para que não recaia nas costas de Paulo Afonso e que a retirada seja feita com maior eficiência possível, diminuindo esse impacto, seja na saúde pública, no meio ambiente ou no turismo da nossa cidade”.

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