Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
“A música brasileira está uma merda”, diz Milton Nascimento em entrevista
O cantor e compositor brasileiro Milton Nascimento, 76 anos, não tem gostado muito dos rumos que a música nacional tem tomado. Em declaração feita à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, ele afirmou que “a música brasileira está uma merda” e emendou que “as letras, então, meu Deus do céu, uma porcaria”.
Para Milton, a situação não tem um motivo específico. “Não sei se o pessoal ficou mais burro, se não tem vontade [de cantar] sobre amizade ou algo que seja. Só sabem falar de bebida e a namorada que traiu. Ou do namorado que traiu. Sempre traição”.
Ele, ainda, cita nomes como Maria Gadú e Tiago Iorc como dois dos poucos jovens de quem gosta na atual fase da música brasileira. “Tem o Criolo também, mas ele não é tão novo”, completou.
Milton Nascimento opinou que, mesmo na época da ditadura, quando os compositores eram impedidos de falar algumas coisas, as músicas, para ele, tinham mais qualidade. Ele contou à jornalista que, atualmente, não tem sentido vontade de compor.
“Estou meio triste com a vida. Não com a minha vida, mas com o geral. Quero acreditar, mas não acredito muito no mundo. Principalmente na burrice, na política. Para compor não tenho tido inspiração, não”, disse.
No entanto, ele afirmou que ainda tem ânimo em subir no palco e cantar. “Eu não consigo compor, mas gosto de cantar. Isso eu não quero parar nunca”, contou. O compositor carioca criado em Minas Gerais também falou sobre saúde e disse que tem apenas diabetes. “Um monte de gente fica achando que ele está com [doença de] Parkinson”, declarou Augusto Nascimento, 26 anos, filho adotivo e empresário de Milton.
Os dois moram juntos em Juiz de Fora na companhia dos cães John (um cane corso batizado em homenagem a John Lennon), Txai (o american staffordshire com o nome do disco lançado em 1990) e Bituquinha (o buldogue francês cuja alcunha homenageia o apelido Bituca, que Milton ganhou quando criança pelo bico que fazia ao ser contrariado).